relogio

domingo, 9 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez- Atendimento Educacional Especializado em Construção – Análise do texto.




Educação para Pessoa com Surdez em seu contexto histórico foi marcada por meios educacionais que em seu processo metodológico, deixarão heranças que marcaram profundamente e de forma equivocada a educação escolar destas pessoas, que ao adentrar em uma instituição Educacional eram impostas a passar por situações de aprendizagem onde sua identidade, dignidade e interesses eram irrelevantes, pois esta metodologia empregada até pouco tempo originou-se da idéia de que os Surdos teriam que aprender por meio da oralização, deixando assim muitos surdos aquém da sociedade, pois muitos não se adequavam a esta forma de educação. Por esta razão esse tipo de ensino era visto como uma educação seletiva onde aqueles que não se adequavam as normas eram considerados incapazes de aprender e, portanto os conceituavam até como “doentes Mentais”.

 Assim foi por muitos anos, mas hoje com a nova proposta da Educação Especial na Perspectiva da Inclusiva nos trouxe uma nova abordagem de se fazer a Educação escolar da pessoa com deficiência.  Portanto essa nova proposta tendo como base estudos teóricos e técnicas- metodológicas exitosas pelo Brasil e o mundo na escolarização da Pessoa com Surdez, nosso foco de estudo, traz a possibilidade de fazer uma educação que atende as necessidades  educacionais destas pessoas os colocando em uma posição de seres ativos dentro da sociedade contemporânea que tem como missão respeitar a diversidade cultural existente em nosso país. Para reforçar esse direito a Constituição Federal Brasileira de 1988 em seu Artº 205, preconiza que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”  

 Partindo deste pressuposto, a educação da Pessoa com surdez, vem de forma ainda tímida propondo um ensino voltado para a contextualização destes alunos os vendo como um todo e não como uma parte. Nas escolas especiais estas pessoas tinham sua educação voltada mais para reabilitação com enfoque apenas em atividades primarias, por não compreenderem que essas pessoas tinham em seu ser, uma mente que pensa bem como de qualquer pessoa sem deficiência. Damazio,( p. 47, 48 ) ressalta que  Não vemos a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva. Mas, por outro lado, há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem.”

 Nesta concepção de pessoa com potencialidade é que se deve ver a pessoa com surdez, procurando na escola desenvolver nesse aluno possibilidades de uma aprendizagem significativa, pois segundo, Hall (2006) É nesse sentido de descentramento identitário que concebemos a pessoa com surdez como ser biopsicosocial, cognitivo, cultural, não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimentos”. Conhecimentos estes que na Modalidade AEE Ps deve compor sua proposta Didática- Pedagógica, onde o aluno Surdo tenha desde a Ed. Infantil até os níveis mais elevados da educação a oportunidade de aprender sua Língua Materna  e o Português em consonância com bilinguismo e rompendo com a abordagem do bimodalismo.

 Para isso faz-se necessário três momentos Didáticos- Pedagógicos no AEE Ps onde está dividido em Atendimento Educacional Especializado em Libras, de Libras e em Língua Portuguesa. Nestes atendimentos o aluno terá a oportunidade de desenvolver suas competências acadêmicas por meio de metodologias que utilizem recursos visuais como: Maquetes, vídeos- aula, apostilas em libras, acervos com uma diversidade de portadores de texto para aumentar a capacidade de abstração, conhecimento científico, social, da literatura e da produção de textos coesos e coerentes de acordo com a forma linguística do Português.

Para a eficiência dos atendimentos os profissionais que atendem estes alunos devem gostar desta proposta de ensino e serem eficientes no processo de ensino. No caso do professor do AEE de Libra este deve ser de preferência surdo para aumentar a interação e identificação com seus alunos, ele deve ser pesquisador, explorador de termos científicos e promover a curiosidade e autoestima destes alunos. Já na AEE em Libras o profissional este deve ser formado e ter um vasto conhecimento da Língua de sinais, seu objetivo e conciliar a Libras aos conhecimentos curriculares do aluno e também deve utilizar de muitos recursos visuais que auxiliem os alunos na ampliação da compreensão dos conteúdos vistos em sala. No AEE em Língua Portuguesa o profissional deve preferencialmente ser um professor de formado em Língua Portuguesa para desenvolver nos alunos a alfabetização e promover a aquisição da aprendizagem da gramática, sintaxe, semântico-pragmático promovendo assim uma autonomia escrita, uma leitura compreensiva e critica, oferecendo-lhes aos mesmos as competências necessárias para serem atuantes no mundo acadêmico, social e do trabalho.

 Esses profissionais juntamente com os demais profissionais envolvidos direta ou indiretamente com estes alunos iram planejar ações metodológicas e traçarão meios eficazes de introduzir a aprendizagem sem deixar de haver uma correlação com os conhecimentos prévios deste aluno surdo. 

Contudo, estes atendimentos ocorrem no contra turno da escola comum e procuram desenvolver as habilidades e potencialidades destes alunos, pois segundo Damazio (p. 72) “Enfim, nesse processo educativo de contatos humanos, a educação no AEE PS significa preparar para a individualidade e a coletividade provocando um processo comunicacional-dialogal-global buscando a superação da imanência, da imediaticidade e buscando a transcendência do social, do cultural e do histórico-ideológico, com ruptura de fronteiras, e deflagrando uma sociedade mais solidária, fraterna e humana, em que os saberes não aprisionem o corpo e a mente ao poder, mas possam liberta-lo.”   Contudo, a escolarização do aluno surdo é possível, porém é necessária uma força conjunta entre escola, família, AEE e principalmente das políticas publicas educacionais que possam oferecer com qualidade este ensino, pensando no compromisso de uma educação de qualidade para todos.

Referencias Bibliográfica

DAMÁZIO. Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar de Pessoa com Surdez em Construção. Texto publicado na revista Inclusão da Ministério. Jan/jul 2010.
                     www.direitonet.com.br/ Constituição Federal de 1988 pesquisa realizada as 12:00h do dia 09/03/2014


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