Educação para Pessoa
com Surdez em seu contexto histórico foi marcada por meios educacionais que em
seu processo metodológico, deixarão heranças que marcaram profundamente e de
forma equivocada a educação escolar destas pessoas, que ao adentrar em uma
instituição Educacional eram impostas a passar por situações de aprendizagem onde
sua identidade, dignidade e interesses eram irrelevantes, pois esta metodologia
empregada até pouco tempo originou-se da idéia de que os Surdos teriam que
aprender por meio da oralização, deixando assim muitos surdos aquém da
sociedade, pois muitos não se adequavam a esta forma de educação. Por esta
razão esse tipo de ensino era visto como uma educação seletiva onde aqueles que
não se adequavam as normas eram considerados incapazes de aprender e, portanto
os conceituavam até como “doentes Mentais”.
Assim foi por muitos anos, mas hoje com a nova
proposta da Educação Especial na Perspectiva da Inclusiva nos trouxe uma nova
abordagem de se fazer a Educação escolar da pessoa com deficiência. Portanto essa nova proposta tendo como base
estudos teóricos e técnicas- metodológicas exitosas pelo Brasil e o mundo na
escolarização da Pessoa com Surdez, nosso foco de estudo, traz a possibilidade
de fazer uma educação que atende as necessidades educacionais destas pessoas os colocando em uma
posição de seres ativos dentro da sociedade contemporânea que tem como missão
respeitar a diversidade cultural existente em nosso país. Para reforçar esse
direito a Constituição Federal Brasileira de 1988 em seu Artº 205, preconiza
que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.”
Partindo deste pressuposto, a educação da
Pessoa com surdez, vem de forma ainda tímida propondo um ensino voltado para a
contextualização destes alunos os vendo como um todo e não como uma parte. Nas
escolas especiais estas pessoas tinham sua educação voltada mais para reabilitação
com enfoque apenas em atividades primarias, por não compreenderem que essas
pessoas tinham em seu ser, uma mente que pensa bem como de qualquer pessoa sem deficiência.
Damazio,( p. 47, 48 ) ressalta que “Não vemos a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela
não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a
limita biologicamente para essa função perceptiva. Mas, por outro lado, há toda
uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e
integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz,
como ser de consciência, pensamento e linguagem.”
Nesta concepção de pessoa com potencialidade é
que se deve ver a pessoa com surdez, procurando na escola desenvolver nesse
aluno possibilidades de uma aprendizagem significativa, pois segundo, Hall (2006)
É nesse sentido de descentramento identitário que concebemos a pessoa com
surdez como ser biopsicosocial, cognitivo, cultural, não somente na
constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção
de conhecimentos”. Conhecimentos estes que na Modalidade AEE Ps deve compor sua
proposta Didática- Pedagógica, onde o aluno Surdo tenha desde a Ed. Infantil
até os níveis mais elevados da educação a oportunidade de aprender sua Língua
Materna e o Português em consonância com bilinguismo e rompendo com a abordagem do bimodalismo.
Para isso faz-se necessário três momentos Didáticos-
Pedagógicos no AEE Ps onde está dividido em Atendimento Educacional Especializado
em Libras, de Libras e em Língua Portuguesa. Nestes atendimentos o aluno terá a
oportunidade de desenvolver suas competências acadêmicas por meio de metodologias
que utilizem recursos visuais como: Maquetes, vídeos- aula, apostilas em libras,
acervos com uma diversidade de portadores de texto para aumentar a capacidade
de abstração, conhecimento científico, social, da literatura e da produção de
textos coesos e coerentes de acordo com a forma linguística do Português.
Para a eficiência dos
atendimentos os profissionais que atendem estes alunos devem gostar desta
proposta de ensino e serem eficientes no processo de ensino. No caso do professor
do AEE de Libra este deve ser de preferência surdo para aumentar a interação e
identificação com seus alunos, ele deve ser pesquisador, explorador de termos científicos
e promover a curiosidade e autoestima destes alunos. Já na AEE em Libras o
profissional este deve ser formado e ter um vasto conhecimento da Língua de
sinais, seu objetivo e conciliar a Libras aos conhecimentos curriculares do
aluno e também deve utilizar de muitos recursos visuais que auxiliem os alunos
na ampliação da compreensão dos conteúdos vistos em sala. No AEE em Língua
Portuguesa o profissional deve preferencialmente ser um professor de formado em
Língua Portuguesa para desenvolver nos alunos a alfabetização e promover a
aquisição da aprendizagem da gramática, sintaxe, semântico-pragmático
promovendo assim uma autonomia escrita, uma leitura compreensiva e critica,
oferecendo-lhes aos mesmos as competências necessárias para serem atuantes no
mundo acadêmico, social e do trabalho.
Esses
profissionais juntamente com os demais profissionais envolvidos direta ou
indiretamente com estes alunos iram planejar ações metodológicas e traçarão
meios eficazes de introduzir a aprendizagem sem deixar de haver uma correlação
com os conhecimentos prévios deste aluno surdo.
Contudo, estes atendimentos
ocorrem no contra turno da escola comum e procuram desenvolver as habilidades e
potencialidades destes alunos, pois segundo Damazio (p. 72) “Enfim, nesse
processo educativo de contatos humanos, a educação no AEE PS significa preparar
para a individualidade e a coletividade provocando um processo
comunicacional-dialogal-global buscando a superação da imanência, da
imediaticidade e buscando a transcendência do social, do cultural e do histórico-ideológico,
com ruptura de fronteiras, e deflagrando uma sociedade mais solidária, fraterna
e humana, em que os saberes não aprisionem o corpo e a mente ao poder, mas
possam liberta-lo.” Contudo, a escolarização do aluno surdo é possível,
porém é necessária uma força conjunta entre escola, família, AEE e
principalmente das políticas publicas educacionais que possam oferecer com
qualidade este ensino, pensando no compromisso de uma educação de qualidade
para todos.
Referencias Bibliográfica
DAMÁZIO.
Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar
de Pessoa com Surdez em Construção. Texto publicado na revista Inclusão da
Ministério. Jan/jul 2010.
www.direitonet.com.br/
Constituição
Federal de 1988 pesquisa realizada as 12:00h do dia 09/03/2014
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